sexta-feira, 20 de abril de 2007

GR22 Rota Aldeias Históricas


Etapa 0: Dia 20-04-2007
Após nos reunirmos pelas 19:00h, e das respectivas despedidas da família, acabamos por sair de Braga às 19:30h. Chegamos à Tasquinha Serrana em Linhares da Beira, local onde íamos pernoitar, pelas 23h.
Mas antes de chegarmos tivemos uma viagem muito atribulada, com muita chuva e como se previa que íamos chegar tarde, optamos por jantar no restaurante Tasco. Logo prosseguimos viagem para passados 40min. estarmos na Tasquinha Serrana, que nos fez lembrar um Motel dos filmes americanos da beira de estrada. Apressamos-nos a tirar tudo do carro para pensarmos em dormir, coisa que vou fazer agora. 00:06h de 21-04-2007.


Etapa 1: Dia 21-04-2007 - Linhares da Beira - Marialva
Tempo total: 8h44m

Vel. máx.: 50,5Km/h
Odom. viagem: 76,8km
Desl. Média: 8,1km/h

Tempo parado: 2h22m
Acumulado: 1.574m

Saída às 09.30h da tasquinha Serrana.

Depois ter passado um noite em beleza, sem antes ter tomado um comprimido para ajudar a dormir, seriam umas 00:30h que terei começado a dormir.
Pequeno almoço, previsto para as 08:30h, mas o proprietário só chegou às 09:00h. E para compensar o atraso, o proprietário cozeu pão fresco, e qual maravilha de pão. Pagamos a dormida e não aceitou o pagamento do pequeno almoço, sendo oferta.
Com passagem pelo centro de Linhares fomos visitar o castelo. Nota-se um certo arranjo nas casas, mostrando que houve intervenção urbanística. Logo que saímos apanhamos umas descidas em calçada romana, valentes, mesmo a calhar para testar os alforges. Até chegarmos à zona onde seria suposto passar o rio Mondego, por um açude. Tal era o caudal que este estava impossível de passar. Isto obrigou-nos a voltar atrás e por estrada municipal termos de passar por baixo a linha férrea. A partir daqui foi sofrer um bocado até chegar-mos a um planalto. Rolamos mais uns km's e a partir de Aldeia Nova é que iríamos enfrentar a pior subida do dia, isto decorridos 26km. Tivemos uma subida de 6km, onde à hora do dia a que estávamos, era violenta, mesmo no pico do calor. Tive de desmontar por três vezes para repor a pulsação. Custou-me mesmo muito, para o primeiro dia de sete etapas. Mas tirando isto, éramos compensados com paisagens a perder de vista. Uma coisa que nos estava a faltar era o café pelos locais de passagem, alguns pontos de água isso sim. Mas ao fim de 67km fomos brindados com um café, isto com a proprietária muito refastelada numa cadeira à entrada, a apanhar sol. Esta levou um valente susto que deu um salto, com a nossa chegada. Aproveitamos para descansar e beber umas colas que já estavam a fazer falta. D. Lurdes era o nome da proprietária. Um pouco fechada no início, logo começou a fazer perguntas, de onde éramos, onde vínhamos, o que lhe custou acreditar. Disse-nos que até Marialva faltavam uns 20min. mas ainda nos faltavam 10km. Ainda tiramos uma foto com a srª, ficamos com a morada para lha enviar. Ficou toda contente, "mas é para colocar na parede senão não enviamos". E lá seguimos a nossa etapa até Marialva, onde chegamos pelas 18:00h. Muito impressionante este lugar histórico, com ruas e casas restauradas. Como o Armando já conhecia aqui o único café, foi pedir para nos preparar um jantar como acontecera no ano anterior. A srª não disse que não, o que foi óptimo, marcámos para as 20h30. Uma esparguete com molho de tomate e carne estufada e uns panachés, e tudo isto por 5€ cada. Bem comidos e bebidos, foi meio caminho andado para uma noite sem sono, na casa das Freiras.

Etapa 2: Dia 22-04-2007 - Marialva - Almeida
Tempo total: 10h25m

Tempo deslo.: 6H30m
Vel. máx.: 7,6Km/h
Odom. viagem: 78km
Desl. Média:
Tempo parado: 3h45m
Acumulado: 1.378m

Elev. Máx: 820m

Depois de uma noite bem dormida, fomos brindados com um excelente e reforçado pequeno almoço, incluído na estadia. Lá partimos para a 2ª etapa, mais cedo que na anterior. Com uma vista fantástica a perder de vista, fomos rolando até nos aparecer a primeira dificuldade do dia, a travessia de um riacho onde tínhamos de molhar os pés, mas descobrimos um pontão em madeira espectacular, que nos facilitou a passagem. Daqui descemos rápido até às pontes do rio Côa, onde de seguida tivemos uma subida em alcatrão. A seguir o perfil, ainda nos faltavam uns bons kms para Castelo Rodrigo, mas com muita subida até lá. Após atingirmos o topo do monte esperava-nos uma valente descida até um cruzamento da nacional. E aqui já tínhamos uma vista de Castelo Rodrigo. Decidimos ir fazer uma visita e aproveitamos para comer alguma coisa e desfrutar da paisagem da esplanada do Cantinho da Avó. Enquanto estávamos a comer apercebemo-nos que também estava neste local o primeiro director da revista BikeMagazine o Pedro Carvalho, onde trocamos algumas impressões sobre a GR22. Ele estava envolvido num projecto em conjunto com Gary Fisher na revitalização da GR22 em BTT. E lá nos despedimos seguindo viagem, pois ainda nos faltavam cerca de 40km para o final da etapa. A partir daqui andamos depressa, mas encontramos algumas dificuldades no track que não batia certo com as marcas da GR22. A opinião dos colegas é que esta etapa estava a ser muito bonita, onde se passa por propriedades em que temos de abrir e fechar cancelas de arame para evitar a fuga de gado. Mas mesmo assim rolamos muito bem até Almeida, onde chegamos pelas 19:30h à residencial Morgado. Uma residencial com um aspecto fraco e a precisar de restauros. A proprietária uma ex-profª primária muito simpática, aceitou em lavar o nosso equipamento e secar. Depois de jantar fomos fazer uma visita pelo casco de Almeida que deve ser, que apesar de ser à noite mesmo assim é bonita.

Etapa 3: Dia 23-04-2007 - Almeida - Sortelha
Tempo total: 10h15m
Tempo deslo.: 6H57m
Vel. máx.:
Odom. viagem: 97,86km
Desl. média: 14,1km/h
Tempo parado: 3h18m
Acumulado: 1.480m

Elevação máxima: 895m

Alvorada pelas 7.30h, e com a preocupação se a empregada da residencial colocou a roupa na máquina de secar. Fizemos questão de estar prontos a pedalar às 9.00h, tiramos a foto da praxe em frente a umas das portas principais da muralha de Almeida. O percurso começou logo até com uma descida boa de fazer, até entrarmos na EN onde cruzamos por cima do rio Côa, mais uma vez , sendo esta a 3ª vez. Daqui subimos pela EN uns 3km, saindo novamente para o percurso da GR. Com trilhos muito bons de fazer, sobretudo de rolar, até cruzarmos com a A25, junto a uma estação de serviço e a poucos km de Vilar Formoso. Depois daqui vamos directos a Castelo Mendo. Aqui mais um local lindo de visitar. Aqui procuramos por um café ou mercearia, mas ninguém está para nos informar, é que era dia de descanso. Após uma pequena visita, aproveitamos para comer o que trouxéramos do resto do pequeno almoço. Perguntamos a um morador se era possível passar o rio. Ao que logo nos respondeu, que não aconselharia, pois levava muita água e então seria melhor ir pela EN até Castelo Bom, para depois retomar-mos o percurso em Freineda. Aqui aproveitamos para comer, mas com a bondade da proprietária da loja que nos abriu na sua hora de almoço. Aqui também não conseguimos muito, só pão e atum e uns refrigerantes. Fomos para o largo da praça principal. Daqui tínhamos muito que rolar e estávamos apreensivos, pois ainda nos faltava cerca de 65km até Sortelha. Esta parte da GR foi linda, como outras, a nível de percurso coma uma mistura de carvalhos e pinheiros. Admira-me é, nesta zona, ainda não termos encontrado áreas ardidas, com tanta floresta. De Freineda, avançamos para Alfaiates, onde nos abastecemos de uma ananás para comermos com a pão. A dada altura, e na conversa que vínhamos a ter até nem nos percebemos do percurso, retomando-o mais à frente. Com o ritmo que levávamos, dava para perceber que iamos chegar a uma hora mais aceitável, mas mesmo assim decidimos telefonar para a casa onde íamos ficar a dormir, avisar que iamos chegar pelas 20.00h e que chegávamos, isto em Ozendo, a 27 Km do destino. O ânimo estava a voltar a subir ao saber que íamos chegar dentro do horário previsto. Antes ainda passamos por Sabugal, também esta com castelo. Aproveitamos para comemorar com um panaché e apostar no euromilhões. Difícil é encontramos onde abastecer, pouco simpáticas as pessoas por aqui, somos muito intrusos. Toca a andar com Sortelha à vista. Às 19.30h estávamos a pedir a chave na casa da viscondessa. Aqui já se mostraram mais simpáticos. Fomos de seguida procurar um mini-mercado para fazer compras para o jantar que o Flávio ia preparar. Um jantar digno de uma etapa a condizer, massa cozida com atum e molho de tomate, esplêndida.
No final e para desgastar, fizemos uma visita nocturna pelo casco de Sortelha. Pena é que estava tudo fechado. Será para voltar um dia. A casa era pequena mas muito linda e não fosse da Viscondessa de S. Se
bastião (D. Luísa Lasso de La Veja Y Pedroso Charters).

Etapa 4: Dia 24-04-2007 - Sortelha - Monsanto
Tempo total:
Tempo deslo.: 5H18m

Vel. máx.:
Odom. viagem: 72,54km
Desl. média: 13,6km/h
Tempo parado: 2h54m
Acumulado: 1.128m

Elevação máxima: 906m

Partida de Sortelha às 10.30, com pequeno almoço, meio servido por nós e outro pela srª do café Palmeiras. Como não tinha pão, fomos nós buscá-lo à padaria que ficava a uns 20m. Então lá nos serviu o pequeno almoço nuns copos de "sumol". Esta etapa foi caracterizada pela passagem com a barragem de Meimoa numa distância de 16km, lindos. E não tínhamos muito que subir hoje, e ainda bem, para nos reservar-mos para a próxima etapa na serra da Gardunha e Estrela. Esta etapa foi marcada pela beleza e ao mesmo tempo pela diferença, que se distinguiu na passagem pela Beira Baixa com entrada em grandes propriedades, onde tínhamos de abrir cancelas para passar, mais parecia que estávamos no Ribatejo, com muito gado nas pastagens. Tínhamos saído de Sortelha já lá iam 10km e já avistávamos Monsanto ao longe. E com a aldeia mais portuguesa de Portugal, como é conhecida, sempre à vista. Tínhamos muito que rolar até lá chegarmos. Percorremos uns 3km pela EN até ao alto de Monsanto, onde íamos ficar a dormir. Foram autênticos "rompe pernas". Às 17.30h dava-mos por terminada mais uma etapa. Agora era só procurar onde jantar. Coisa que se torna difícil por estas bandas, já que o restaurante da Pousada estava encerrada, véspera de feriado. Indicaram-nos um tasco "restaurante" onde mais uma vez "foram" simpáticos. Encomendamos bacalhau à Monsanto (para nós à Narcisa). Depois fomos dar uma volta ao Castelo, mas coisa linda, mesmo à noite. E ainda o tínhamos que esperar pelo Joaquim Lopes e Portela, que ficaram de vir ter connosco a Monsanto para a partir daqui completarem a GR22 e nos fazerem companhia.

Etapa 5: Dia 25-04-2007 - Monsanto - Castelo Novo
Tempo total:
Tempo deslo.: 5H17m
Vel. máx.:
Odom. viagem: 69,80km
Desl. média: 13,2km/h
Tempo parado: 2h45m
Acumulado: 1.255m

Elevação máxima: 675m

Até agora, foi o melhor sítio onde ficamos para dormir, com muito conforto. Já
estávamos a tentar dormir quando o Joaquim e o Portela se chegaram. Preparados para a saída, e com um óptimo pequeno almoço, que ainda deu para levar para o caminho. Tomado o café da ordem, no café Montesino, lá nos despedimos da esposa do J e arrancamos por uma descida que engata na GR12 até Penha Garcia. Aos 5km a primeira dificuldade do dia, a travessia de uma rio. Mas por onde, até que encontramos uma saída. Depois daqui foi só rolar, até Idanha-a-Velha onde paramos para comer uma bucha e apreciar umas ruínas (qual sonho de arqueólogos e historiadores, Idanha-a-Velha uma autêntica aldeia museu).

Etapa 6: Dia 26-04-2007 - Castelo Novo - Piódão
Tempo total: 10h56m
Tempo deslo.:
Vel. máx.:51,10Km/h
Odom. viagem: 79,60km
Desl. média: 7,4km/h
Abortada esta etapa em Covanca.

Alvorada às 6.00h, para tomar o pequeno almoço e às 7.00h estar no "comércio" para fazermos as últimas compras. Neste dia íamos enfrentar com uma etapa duríssima. A nós os três já nos pesavam as pernas de cinco dias com cerca de 400km. Logo à partida experimentados um pequeno atalho junto à A23, para evitar uma passagem por 2 vezes em cima desta A23. Mas já diz o ditado "quem se mete em atalhos mete-se em trabalhos". É que estas coisas das novas tecnologias (GPS), também tem os seus inconvenientes. Mas depressa entramos no trilho. Estes primeiros kms foram fáceis, até à chegada a Partida. Altura em que iríamos começar num sobe e desce, na passagem pelo primeiro grupo de quatro montanhas, para um total acumulado de 3000m. Com corta-fogos à mistura, e com inclinações de 18% para cima. No segundo grupo de montanhas andámos muito por parques eólicos, uns prontos outros em fase de conclusão. Isto demonstra a que altitudes andamos. Aqui notou-se bastante a falta de marcação, e não fosse o GPS e a coisa estaria feia. Já nestes sítios, apercebe-mo-nos que o fim da tarde seria de tempestade, com muito vento à mistura e provavelmente muita chuva também. A média estava a ser cumprida, como previsto. Quando nos aproximávamos do último grupo de montanhas, a chuva começou a fustigar-nos. Durante 10km a subir, tivemos o céu a cair-nos em cima, com tanta trovoada, relâmpagos e chuva fria acompanhar. Até à primeira aldeia que encontramos, Covanca. E foi uma tabuleta, a dizer café que nos fez parar. Era importante tentar-mos beber alguma coisa bem quente. Aqui já mais seguimos viagem. E foi com a influência quer do Armando quer do sr. Herminio Moura, morador de Covanca e pessoa que nos deu abrigo na sua garagem para nos refugiarmos da chuva e frio. Aqui uns estavam renitentes em seguir e outros não. Mas ainda bem que o Armando insistiu em ficarmos, pois aqui estávamos seguros. É que daqui para a frente e com o temporal que ainda fazia seria muito arriscado chegar a bom porto seguros. Com princípios de hipotermia que alguns já estávamos, só pedíamos para que o café abri-se rápido para tomar-mos algo bem quente. E mais uma vez, no meio disto tudo, o sr. Herminio foi a nossa tábua de salvação que nos arranjou um transporte para nos resgatar até Piodão. Mas a nossa aventura ainda não tinha terminado, pois a partir do momento que chegou a viatura que nos levaria até Piodão e com o sr. Morgado a conduzi-la. Carregadas as bikes ou antes amontoadas, lá partimos para a nossa aventura de 18km finais percorrendo parte da serra de Açor e Cebola. Sendo a pessoa que mais viagens fazia por semana até ao Piodão, pois era ele que fazia o abastecimento de géneros para a Pousada do Inatel, achava que conhecia a estrada de olhos fechados, mesmo com algum nevoeiro à mistura. Estávamos a ver que nunca mais terminava, mas lá chegamos.

Etapa 7: Dia 27-04-2007 - Piódão - Linhares
Tempo total: 9h54m
Max Vel: 54,7km/h
Vel. Med.: 7,8km/h
Odom. Viagem: 77,2Km

Saímos, mais uma vez cedo, para completar a nossa travessia. O jantar da noite anterior tinha sido bem festejado, no único restaurante que existe no Piódão, e que por curioso é do presidente da junta de freguesia, que por sua vez é o mesmo que serve os clientes. Apesar de pequeno mas muito acolhedor, torna-se num ambiente muito familiar.
Enquanto tomávamos os pequeno almoço no café, solicitámos algumas informações sobre o caminho a seguir, e para não termos de subir bastante, lá seguimos as sujestões. Linda esta opção, sempre junto ao riacho que passa em Piódão até Vide. Praticamente sempre a descer.